Sobre o tema diplomacia multivetorial, a investigadora Corina Lozovan (IEP-UCP) apresentou-nos o cenário de “bruma de incertezas”, onde se consegue vislumbrar o que os vário(s) Médio(s) Oriente(s) poderão ser. Enfatizando o papel dos diversos Estados no sistema internacional, a investigadora destacou a projeção dos países do Golfo Árabe como mediadores para as crises globais e o ressurgimento do conceito de geoeconomia.
Já o Professor Doutor Felipe Pathé Duarte (NOVA LAW) afirmou que: “O Médio Oriente em conceito é um termo permanentemente em debate. O que é que é verdadeiramente o Médio Oriente? (…) Há que olhar para o mosaico geográfico, étnico e religioso que é o Médio Oriente.” Na sua intervenção, o Professor Doutor Felipe Pathé Duarte discorreu sobre as razões por detrás destas tensões, numa perspetiva histórica e holística da região.
Por fim, contámos com o contributo do jornalista Raúl Braga Pires (Diário de Notícias), numa comunicação sobre os média no Médio Oriente. Sublinhou a falta de diversidade nas narrativas dos diversos órgãos de comunicação Ocidentais e a da importância da Al Jazeera. Numa construção mais gráfica do que os relatos anteriores, o advento da Al Jazeera é também o início da narrativa própria do Médio Oriente para o Médio Oriente. Tocando também em pontos cruciais como o colonialismo e religião, o jornalista deixa um alerta: “Com o advento das novas tecnologias é muito importante que a televisão e o cinema continuem sem cheiro porque ninguém vai aguentar o cenário de guerra.”
A troca de ideias subsequente foi bastante enriquecedora, com muita participação da audiência e entusiasmo sobre o tema em debate. Após o encerramento pela Professora Patrícia Oliveira (vice-coordenadora do Observatório Político), os participantes puderam estender este debate para lá do período Q&A na Hora do Chá.